quinta-feira, junho 23, 2005

Projeto de portal em Diamantina: lição para Sabará aprender

É reconfortante ver idéias simples, mas de grande valor, saindo do papel de forma espetacular. Ou seja, com grandes nomes e profissionalismo envolvidos do início ao fim do projeto. Definitivamente, isso nunca aconteceu em Sabará. Ainda há esperança de que a mudança de discurso force alguma mudança, mínima que seja, nessa realidade irritante.

A vantagem de se envolver nomes como o de Gustavo Penna e patrocinadores de peso é que a visibilidade de uma obra, por mais simples que seja, garante visibilidade e legitimidade imediata ao projeto.

Outro exemplo disso é o concurso público nacional para a criação na praça da Liberdade, em BH, do gigantesco centro cultural. Já há visitantes potenciais em todo o país antes mesmo de a obra começar para valer.

Nosso Centro Histórico, ao invés de experimentações isoladas, merece algo do tipo. Um concurso nacional que busque soluções coesas, integradas e exeqüíveis para toda a área central onde ainda há vestígios de História, recuperaria minhas esperanças. Intervenções desconexas (e até irresponsavelmente verdes) como as de agora só corroboram a fragmentação.

Bem, pé no chão e enquanto isso não acontece, descubra aí na notícia abaixo um pequeno exemplo de como é que se faz as coisas:

"Diamantina, patrimônio da humanidade, encravada no Vale do Jequitinhonha, a 295 quilômetros de Belo Horizonte, vai ganhar, em breve, mais um monumento histórico, com a construção de um portal da Estrada Real.

A obra, orçada em R$ 500 mil, será instalada no trevo situado na interseção da BR-367 (estrada Curvelo/Diamantina) com a avenida Doutor João Antunes de Oliveira. A construção será patrocinada pelo Ministério do Turismo, com o apoio da Prefeitura de Diamantina, Instituto Estrada Real, Secretaria de Estado de Turismo e da empresa V&M Tubes.

O portal foi projetado voluntariamente pelo arquiteto Gustavo Penna, de Belo Horizonte, que assinou os projetos de prédios conhecidos da capital, como os da Academia Mineira de Letras e da Escola Guignard. Ele projetou também o Monumento à Liberdade de Imprensa, em Brasília.

De acordo com o arquiteto, a obra terá formato em L, com 50 metros de comprimento por 11 de altura, e será construída em concreto e tubos de aço. Suas formas acompanham as linhas arquitetônicas do Velho Mercado de Diamantina, também conhecido como “mercado dos tropeiros”, um dos locais mais visitados da cidade.

"Um portal é sempre uma homenagem aos valores das gerações passadas, e Diamantina é uma cidade representativa dos valores nacionais. Por isso, considero essa obra um ato de cidadania", afirma Gustavo Penna.

O projeto contempla ainda um espelho d’água e uma pedra esculpida com a logomarca da Estrada Real, que tem Diamantina como o seu ponto de partida, terminando em Parati, no Rio de Janeiro. O caminho era usado por tropeiros e outros viajantes, que transportavam as riquezas da região, principalmente ouro e diamante , enviadas para Portugal." (fonte: Estado de Minas, via site da Estrada Real)

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando leio coisas deste tipo fico muito triste pois penso que Sabará tem potencial turístico de tamanha importância e que não temos pessoas com conhecimento e envolvimento em áreas que nos ajudariam.De maneira alguma venho desmerecer as pessoas que vem trabalhando por nossa cidade, o que noto é falta de entrosamento nestas áreas.De boas intenções o inferno esta cheio.Temos que deixar amizades,dívidas e heranças políticas e se o Sr Sérgio quer mesmo fazer de Sabará uma cidade turistica vai ter que dar um "puxão de orelhas" em alguns colaboradores.Espero ver em breve quando estiver voltando do meu trabalho em BH naquelo horrível canteiro perto do motel trevo um grande monumento com placas indicando uma cidade realmente cheia de história.A nossa Sabará.

Anônimo disse...

Não acho que a coisa é por aí! Cobrar é absolutamente fácil; mas estruturar para que realmente aconteça são outros 500...
Nós temos um problema muito grave, tudo pra amanhã ou no máximo depois, não estou inviabilizando, criticando ou até mesmo rogando para que não aconteça, isso é apenas um comentário realista! As coisas têm seus inícios, meios e fins, é assim que acontece. Antes de qualquer grandiosidade destas, precisamos nos estruturar, ter nome, retaguarda e o mais importante de tudo: CIVILIZAÇÃO!!!