Acabamos de tropeçar (ou seria trupicar?) num texto de anteontem que concorre ao prêmio "Velho Esquema Novo", lá no blog Tecendo Prosa, do companheiro Lucas.
Aqui no Sabarando, 95% dos editores acreditam que sim, ainda vale quanto pesa. Só discorda deles o editor chefe (5%), que é um aporrinhador que gosta de ser minoria e provoca: "A vida pode ser de gado, mas mesmo sendo marcado, o povo é feliz, e, ora, nem sente a ferrugem lhe comer!".
De quaisquer modos, sentimo-nos felizes, tranqüilhos até, republicando sem pedir licença o arroubo de lúcidez do AP Silva de então. Mesmo porque o mesmo, por motivos pecuários, pode desaparecer desta minúscula e frágil blogsphera da Villa:
"segunda-feira, 27 de julho de 2009
Festival de Sabará: mais do mesmo.
Depois de alguns dias de festa, mais um Festival de Sabará chega ao final e, infelizmente, o “pessoal que toca a boiada” ainda parece não ter entendido bem o que é um festival cultural. Com uma programação vazia e concluída nos acréscimos do segundo tempo, o festival deixou muito a desejar. Diga-se de passagem que algumas melhoras ocorreram, como a extensão dos dias de barraquinhas, a segurança e a parceria para a realização do escambo. Porém, num balanço geral, o saldo fica no vermelho.
As expressões artísticas e culturais mais uma vez ficaram restritras aos shows, a uma meia dúzia de apresentações no teatro e intervenções em alguns bairros. As peças teatrais podem ser contadas numa única mão, o que é muito pouco para uma cidade que tem logo ao seu lado uma capital com dezenas de cia de teatro doida para se apresentarem. O mesmo serve para as oficinas oferecidas, além de serem poucas, elas deram a impressão de terem sido colocadas somente para completar a programação.
Tirando o domingo do encontro de bandas, durante o período da manhã e da tarde não havia nenhuma atividade interessante na cidade. E, como se não bastasse, os shows sempre eram mais do mesmo. Não entendo o porque de não oferecerem para a população outras opções musicais. Orquestra e MPB não carecem de serem apresentadas exclusivamente em teatro. E mais, porque não um samba de raiz, uma moda de viola e música negra?
Mostras de cinema, exposições artísticas, dança e ciclo de debates? Será que não caberia ao menos uma destas num festival de cultura de uma cidade histórica como Sabará?... E, como pouco se crê que o “pessoal que toca a boiada” leia algo, literatura no festival é coisa de outro mundo - pensando bem é exigir demais, devem achar piada literatura ser cultura. :)
As expressões artísticas e culturais mais uma vez ficaram restritras aos shows, a uma meia dúzia de apresentações no teatro e intervenções em alguns bairros. As peças teatrais podem ser contadas numa única mão, o que é muito pouco para uma cidade que tem logo ao seu lado uma capital com dezenas de cia de teatro doida para se apresentarem. O mesmo serve para as oficinas oferecidas, além de serem poucas, elas deram a impressão de terem sido colocadas somente para completar a programação.
Tirando o domingo do encontro de bandas, durante o período da manhã e da tarde não havia nenhuma atividade interessante na cidade. E, como se não bastasse, os shows sempre eram mais do mesmo. Não entendo o porque de não oferecerem para a população outras opções musicais. Orquestra e MPB não carecem de serem apresentadas exclusivamente em teatro. E mais, porque não um samba de raiz, uma moda de viola e música negra?
Mostras de cinema, exposições artísticas, dança e ciclo de debates? Será que não caberia ao menos uma destas num festival de cultura de uma cidade histórica como Sabará?... E, como pouco se crê que o “pessoal que toca a boiada” leia algo, literatura no festival é coisa de outro mundo - pensando bem é exigir demais, devem achar piada literatura ser cultura. :)
Ah, e para a turma do “tá td mto bom, tá td mto bem, obrigado!”, isto não é pedir demais. É querer aproximar Sabará pelo menos um pouco da realidade das demais cidades históricas - só para dar aquele aperto no peito, experimentem conhecer o site dos festivais em Ouro Preto, Mariana e Diamantina, e vejam onde as coisas são levadas a sério. Nem se dicute, mas passou da hora de trocar o nome secretaria de cultura para secretaria de eventos amadores.
Bom, enquanto isto vamos contando com a “boa vontade” da natura né. Afinal, quinta (31/07) tem UAKTI no teatro.