terça-feira, junho 28, 2011

"Banquete da Velha Safada" comemora descaradamente 300 anos de atraso da Villa



“Status quo, na Villa, é e sempre será status!” Com essa intrigante frase impressa no exterior do envelope elegante o Sabarando recebeu hoje seu primeiro convite para as celebrações julianas da cidade.



Organizado pela ONG FDP, o “Banquete da Velha Safada – Sabará 300 Anos” vem gozando de divulgação intensa, mas na opinião do blog terá participação limitadíssima (até mesmo os convites são numerados, ora!).



Afinal, ao contrario do que pensam os FDPs, a janela está aberta. Segue abaixo fac-símile do pomposo convite recebido pelo blog como torresmo para os (muitos, esperamos) que ficarão de fora.



“CONVITE nº 69 – “Banquete da Velha Safada - Sabará 300 Anos”

É com regojizo que convidamos V. Sra. a juntar-se a nós da ONG FDP (Fantasmas do Passado) no “Banquete da Velha Safada - Sabará 300 Anos”, ocasião na qual celebramos com foguetório e cuscuz a continuidade da mesmice na Villa, força esta que nos mantêm vivos, fuertes e, ora, atualíssimos.

A comilança em estilo barroco-vulgar acontece no Cravo Vermelho aos 17 de Julho de 2011, uma sexta-feira 13. V. Sra. (e madame), obviamente trajando o esporte fino das traças, irão degugustar, dentre outras iguarias (como não poderia deixar de ser), Empadinhas Frias de Mais do Mesmo, Escondidinho de Opinião, Suflê de Apatia, Torta Vadia e Bobó de Povo, a serem servidos em buffet de tradicionalíssima prataria portuguesa importada do Burokratistão lá atrás, na época em que descobria-se, e não apenas encobriasse, ouro.





Na ocasião realizar-se-a rodada de aplausos infinitos aos Lumiares do continuismo, estes cidadãos e cidadoas que à boca pequena alimentam-nos diariamente e renovam nosso reinado, nós vorazes fantasmas do passado.
(N.B.: Devido a extensão da lista de Lumiares do continuismo, pede-se a gentileza de inscrever-se com antecedência se V. Sra. deseja receber também salva de aplaplausos infinitos mas não é membro da aristocracia – N.B. 2: Bezerros sedentos, diretorias e membros de associações lucrativas sem fins lucrativos, ONGs, capitães do mato, bicheiros, bandas (de rock dos anos 80, pagode e sertanejo) e pais de santo já estão naturalmente inclusos).

Somos eternamente (!) gratos às suas atuações e puritanismo nos campos politico, social e naturalmente sobrenatural, nos quais, ao refutarem veementemente a contaminação herética pelo novo, valendo-se das clássicas mumunhas barrocas e pagode, mantêm-nos vivos, nós reacionários, mofados fantasmas do passado.


Oh, que trabalho nos deu no passado o rame rame da decapitação de cabeças hereges. Hoje já não há mais hereges na Villa e ao espetacular feito será também erguido pomposo brinde! V. Sra e associados fazem trabalho exemplar amealhando a gente de hoje em torno de unanimidades dóceis, silentes e zelosas (quem diria sua velha safada, olha o Amém, nós tolos 2.0 aí ó!).

É preciso clarificar que nós fantasmas do passado somos ecléticos e sabemos que na Villa gente jovem quase nunca representa o novo e não é alérgica ao mofo e avançada putrefação de nosso ideário, nós, aristocratas fantasmas do passado. Portanto, V. Sra. ceiará junto de reaças de todas as idades, os quais juntar-se-ão a nós em brindes a falta de brio, de opinião e inovação.

Nessa gloriosa noite os Fantasmas do Passado aproveitam o ensejo (!) e lançam (com capa duríssima folhada a ouro) o manifesto “Opa! Que Venham Mais 300!”, no qual se faz apologia descarada da manutenção do determinismo cultural e da mesmice polítitica. O documento também clarifica de uma vez por todas que nós da ONG FDP opomo-nos veementemente a qualquer tentativa de exumar a lendária cabeça de burro enterrada debaixo da piscina infantil da Praça de Esportes (independente de pretensa exumação dar-se com finalidade sócio-política, afro-religiosa ou mesmo arqueológica).

P.S.: R.S.V.P.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Quero receber um convite para participar deste espetacular evento e ver de perto o foguetório em justa comemoração ao mais do mesmo.

Anônimo disse...

O cardápio é nojento, mas o povo adora. Deliciem-se eleitores coprófagos.